quarta-feira, 13 de julho de 2011

Faciosismo

                                                                                  
Você já se perguntou alguma vez na sua breve existência pela Terra aquela simples questão: Por que tirei a bunda da cama hoje?
Existem certos dias ou noites, que não deveria sair de casa ou ter levantado. É segunda de manhã depois de três dias de plantão a única coisa que quero é dormir. E como nem tudo na vida são flores, que frase mais aviadada talvez nem exista essa palavra pronto acabei de inventar. O meu telefone chora às oito da manhã, digo alo e é uma amiga querendo explicações da noite passada, devo acrescentar que foi um tanto quanto confusa.
Depois de ter minha masculinidade, minha mãe e algumas gerações insultadas, a dita até queria que eu fosse empalado por um cactos do deserto de Sonora no México, me xingando e me informando essa é uma amiga de verdade termina com um breve fuck you.
Mas isso não é nada só a primeira hora do dia, ontem já estava sem namorada, hoje sem amiga, amanhã bom nem pensar.
Minha mãe sempre diz para não falar as coisas ruins por que se um anjinho escutar e falar amém daí você estará no bico do corvo. Depois de quase trinta anos passados, eu cheguei à conclusão: anjinhos daqueles das historinhas da mamãe são uma cambada de viadinhos surdos. O quanto eu já praguejei nessa vida rezando que um infeliz desses dissesse amém... Bem se tiver que dar porrada e xingar alguém faça você mesmo.
Três da tarde, o telefone mais uma vez, é o trabalho, digo que estarei em 15 minutos, vou atrás de uma roupa é como Indiana Jones no filme a última cruzada, no meio daquela organização suprema eu penso: KARALEO tenho que limpar isso aqui.
Os chamados de assistência na maioria das vezes é coisa rápida chego configuro a rede wi-fi e vou embora, e o usuário olha para mim e fala a máxima das máximas:” haa isso ai até eu sei fazer.”Assim” ... já pensei muitas vezes em mandar ele para lugares escondidos da luz solar, nesse mundo muitas vezes... mais nada pode estragar meu dia que começou tão cheio de vida e palavrões.
Eu vou em direção ao hemocentro a cada três meses eu vou lá, doar sangue essas coisa bonitinha e tão altruísta, mas na verdade eu vou lá pela adrenalina pelo desafio.... Desde que eu entendo o que é um homem, que o cara tem que ser forte e que não chora, não tem medo de nada, que ele não chupa mel ele come a abelha.
Mas esse homem forte, macho, acaba quando vê uma agulha, amarelo é a cor predominante seguido de uma branca morto. Enfim tudo isso prova que eu posso superar um dos meus medos... Tem o do escuro, mas essa é uma outra história.
Na recepção, já noto que a secretaria não era a mesma, já começo a ter um ódio antes mesmo do trivial bom dia e vejo que esse ódio foi recíproco, a mulher vinha com o rótulo na testa sou evangélica por isso vou para o céu e vocês são todos são profanos do inferno.
Vestida com uma saia preta rodada até os calcanhares, coque na cabeça e uma blusa com uma gola até as orelhas. Olhava para mim como se fosse me jogar água benta ou mostrar uma cruz, e sinceramente ela iria se dar mal por que meu humor não estava em seus melhores dias.
Sentado ali esperando minha hora de ser atendido pela “santa de plantão” eu cheguei a outra breve conclusão: por que nos filmes americanos os caras atiram nos atendentes com uma 12, só quem espera sabe como esse desejo é pulsante em seu coração. Manda esse Americano vir aqui no Brasil e ser atendido por uma repartição publica, no outro dia todos os jornais sai com manchetes: turista americano entra em repartição publica mata vinte e se mata puxando os pinos das dez granadas que estavam em seu cinto tudo isso abraçado com a recepcionista evangélica, coitada foi ver Deus mais cedo, sei lá.
Ao final de uma hora a mulher me chama com aquele olhar (eu vou para o céu você não hahaha), que vocês ai já conhecem diz: que não vou poder ser atendido, por que meu cadastro não está com uma foto 3x4, mesmo todos os outros funcionários  vindo a mim com felicitações de longa data, e mesmo minha ficha estar com mais doações que 90% dos outros cadastrados.
A fanática, por que uma pessoa como aquela só pode ser considerada fanática em um grau que é comparado aos homens bombas. Vencido e sem uma 12 e granadas no meu cinto vou embora. 
Os homens bombas esperam suas virgens e uma mulher dessas? Nem freud explicou muito menos eu vou me meter. Termino meu dia na janela de casa fumando meu cigarro, companheiro das mais longas indignações, ouvindo WHEN THR MUSIC´S OVER do THE DOORS, nada mais apropriado para um belo fim e um mau começo.

                       Leyzem





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